A vontade é quase incontrolável, se eu conseguisse
provavelmente iria ficar sem voz de tanto gritar. Soltaria esse choro que fica
preso na garganta, acabaria com a falta de ar. Vontade de te fazer sangrar,
deixar toda essa raiva sair de dentro das minhas veias.
Depois de toda a briga e do choro eu soluço sozinha no meu
quarto sem saber o que fazer com os punhos esfolados de tanta raiva, não sei
esperar que o tempo cure ou resolva. Esmurrar a parede para não perder o autocontrole
e deitar abraçada com o urso que você me deu de aniversário.
Essa incoerência me assusta e me acalma. No final me prendo
completamente a esperança que tudo dê certo, a essa vontade de ficar ali no seu colo de me
sentir pequena e protegida. É tudo tão intenso, devastador e reconfortante, completamente
vicioso.
E o que mais me impressiona é que mesmo com essas vontades atravessadas, com o coração apertado no peito eu
continuo com aquela certeza de que se não for você, não será mais ninguém.