terça-feira, 19 de junho de 2012

Apocalipse mudo


Dói esfolar os punhos, chorar até dormir e acordar logo em seguida. Dói ter palavras presas, garganta seca, unha descascada e falta de apetite.
Já começo a achar que o céu, o inferno e até mesmo o purgatório estão no mesmo lugar, estão aqui dentro da minha cabeça e honestamente pelo quanto ela está latejando neste exato momento vejo um apocalipse em andamento.
E ás vezes dói tanto que você não consegue dizer mais nada.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Aquela certeza



A vontade é quase incontrolável, se eu conseguisse provavelmente iria ficar sem voz de tanto gritar. Soltaria esse choro que fica preso na garganta, acabaria com a falta de ar. Vontade de te fazer sangrar, deixar toda essa raiva sair de dentro das minhas veias.
Depois de toda a briga e do choro eu soluço sozinha no meu quarto sem saber o que fazer com os punhos esfolados de tanta raiva, não sei esperar que o tempo cure ou resolva. Esmurrar a parede para não perder o autocontrole e deitar abraçada com o urso que você me deu de aniversário.
Essa incoerência me assusta e me acalma. No final me prendo completamente a esperança que tudo dê certo,  a essa vontade de ficar ali no seu colo de me sentir pequena e protegida. É tudo tão intenso, devastador e reconfortante, completamente vicioso.

E o que mais me impressiona é que mesmo com essas vontades atravessadas, com o coração apertado no peito eu continuo com aquela certeza de que se não for você, não será mais ninguém.