terça-feira, 29 de maio de 2012

Refletindo sobre sorrisos



As luzes da cidade iluminavam fracamente meus pensamentos, o vento parecia querer dançar com meu cabelo e eu só queria que você estivesse aqui para que eu pudesse me esconder no teu abraço.

Baixei os olhos e segui toda a escadaria, fiz aquele questionário mental que leva alguns minutos do dia para registrar tudo que acontece, ouvi a música ficar distante e dei ouvidos aos meus sentimentos, aqueles que têm a incrível mania de se esconderem completamente no meio de artérias, veias e emaranhado de pensamentos.


De olhos fechados eu vi o quanto eu estava calma, percebi a respiração tranquila e só voltei a realidade quando notei a companhia de um cachorro que passava por ali, sorri, acho que ultimamente isso tem acontecido bastante.


Um sorriso que ilumina toma conta todos os dias quando recebo sua mensagem de bom dia, esboço um sorriso bobo a cada vez que penso em você durante o dia e mesmo sem pensar a alegria se faz presente e consigo sorrir por ter a companhia de um vira-lata muito charmoso que deitou no meu tênis e recebeu alguns minutos de carinho.
Perguntei em silêncio se tudo continuaria certo e se eu seria feliz daqui pra frente, me senti uma menina boba quando me distraí dos meus próprios pensamentos e sem perceber comecei a fazer planos e novamente me peguei sorrindo.

Depois de passar alguns minutos ali refletindo sobre todos esses sorrisos eu percebi que o mais importante é que eu não preciso de muita coisa, seu colo, seu cheiro, seu carinho e nada mais.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Aquela música




O dia amanheceu gelado, um céu fechado e uma vontade de me esconder completamente no meio das cobertas ganhava força, senti o medo de ontem a noite voltar e se instalar completamente e novamente isso me fez ficar sem voz.

Mesmo com receio eu quis ouvir aquela música, aquela que sempre será sua, não importa quanto tempo passe, aquela que por dias eu tive birra de ouvir a primeira nota.
Birra por significar tanta coisa que nunca soube definir quais são os efeitos que ela causa, aquela música que diz que o mundo foi feito para dois e que com você o céu é um lugar na terra.
E depois de ouvir eu quis um pouco do seu colo, quis sentir seu perfume, quis ouvir as palavras doces que sempre me surpreendem, quis tantas coisas, mas não tive coragem de pegar o telefone. Não é orgulho, nunca foi, é só um medo gigantesco de perceber pelo seu tom de voz que toda essa confusão te afeta e te afasta.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Despindo os disfarces




Você me pergunta o que eu estou pensando e eu dou um sorriso, é difícil disfarçar um turbilhão de pensamentos assim de surpresa, pacientemente você me olha nos olhos e eu tenho a sensação que as horas passam e levam os dias sem que eu consiga notar, minha boca denuncia a fuga repentina e você sorri de lado, talvez eu diga o quanto eu espero que você venha me colocar para dormir esta noite, mas provavelmente não.
Analiso toda a sua feição, mas permaneço parcialmente cega perante os borrões que a sua visão nublada me deixa ver, um escudo invisível, uma proteção que você usa 48 horas, uma insistência infantil da minha parte de entender o que se passa na sua mente.

Por vezes caímos na risada e eu me pergunto repetidamente, o que fazer com você? Ou melhor, o que fazer com toda essa vontade/necessidade quase incontrolável de te ter mais e mais, desvio o pensamento rapidamente de modo que ele só possa voltar quando você estiver dormindo ou concentrado em qualquer outra coisa que não eu.

O problema é que se por acaso a coragem bater na porta e no meio do filme eu disser que te quero comigo por um bom tempo tenho medo de te olhar e ver novamente estes olhos que nunca sei a cor, passarem por mim e assim como me despem de qualquer mentira acabarem me despindo de todo esse disfarce de mulher autossuficiente metida a independente e você ver essa menina um tanto quanto boba que tanto te quer bem.