domingo, 25 de dezembro de 2011

Cerejas para o Natal







As luzinhas vão piscar a noite toda, ao som de umas de suas músicas eu vou sentar na varanda e olhar para a rua vazia, a hora dos presentes já passou faz tempo e quando deu meia noite eu quis te ligar, quis desejar tudo de melhor com uma cereja no topo.
No meio dos abraços aconchegantes da família eu quis sentir o seu abraço, quis sentir o seu perfume e entre sorrisos e piadas eu cheguei perto da sensação que tanto busco, aquela sensação de “estar em casa”.

A árvore de natal cantava uma musiquinha animada, coloquei a Rachel no colo e mostrei a coloração das bolinhas que só eu e ela vemos diferentes de todo mundo, foi aí que entendi, no meio da conversa alta, bolinhas e musicas natalinas, percebi que estava com um sorriso bobo.

Aquele sorriso bobo que você conhece, meio sem graça, que quase me faz fechar os olhos, aquele que aparece sempre que está por perto.
Então é isso, vou ali fora esperar meu celular voltar a funcionar e te ligar, para desejar aquele tudo de bom com uma cereja no topo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Aquela porta







Um distúrbio do sono que não me deixa dormir, o grito que arranha a garganta é mudo.

É sempre assim, eu faço besteira, dobro ao meio, parto em mil, tem horas no dia que me sinto sobrecarregada, cheia de palavras que não saem. 

Uma enorme vontade de socar a parede, estilhaçar tudo, jogar o celular sem sinal na parede.

Me sinto trancada em um mundo cheio do meu autocontrole, sorrir cansa, pensar dói, porque tudo acaba me remetendo aos problemas que giram descontroladamente em minha mente, tudo parece tão exagerado, meus sentimentos em si são grandes demais.

Não cabe no peito e transborda, foge nos olhos, escapa pelos poros, exala a alma, assim ela fica exposta ali, mesmo que ninguém veja, mesmo que passe despercebido está ali.

Como se tivesse a espera de algo que atrapalhe essa lógica maluca de “não sentir sentindo”, como se faltasse um empurrãozinho para aquela porta iluminada.
É por isso que o sono não chega, por isso que a voz some, está tudo do outro lado da porta, mas tenho medo de atravessar, me dá a mão? 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Presente de natal



Sensação de paz. É isso, depois de tanto tempo fora de casa eu já tinha me acostumado com o sentimento de mar em tormenta, um mar que quebrava todas as ondas de pensamentos conflituosos em todas as coisas novas que aconteciam comigo.
É estranho, mas hoje fui à igreja que tem quase na esquina da minha casa, sentei na escadaria e fiquei admirando a vista, está coberta de luzinhas, o vermelho e verde das luzes de natal se espalham cada vez mais pela cidade, queria que você também visse o que eu estava vendo.
Fiz uma retrospectiva do ano, sentada nas escadarias eu ri sozinha, acompanhada do meu fiel fone eu ouvi músicas que me fizeram sentir uma pontinha de dor por o ano estar acabando.
Neste natal eu queria pedir para que deixassem os presentes de lado, todos os meus desejos materiais podem esperar mais um pouco.
Então eu vou pedir baixinho, pedir que você continue aqui comigo, quero que essa sensação de paz se prolongue por muito tempo.


Eu já não acredito em papai Noel, mas acredito em nós dois.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Daqui a sete anos


Ajusto a máquina do tempo cuidadosamente para daqui 7 anos, coloco seu nome no visor e espero uma foto de identificação aparecer na tela, enquanto espero que ela te localize coloco uma música calma para tocar.

A música tocou serenamente durante o percurso até o futuro, as cenas vistas de cima passam a sensação de amplitude, mas por alguns segundos eu não te vi, a luz branca que tomava a cena foi cedendo lugar a única coisa que se movia no quarto verde claro, era um menino de no máximo dois anos, loirinho e agitado.

Por volta das 6 da manhã você entrou no quarto, com os olhos quase fechados, segurando uma mamadeira no braço e a gravata que usaria no trabalho estava dependurada, o neném já ficava em pé no berço e você acabava se inflando de orgulho a cada sorriso que ele lhe direcionava.

Ás oito você já estava atrasado, mas a idéia de fazer companhia ao seu filho que imitava o barulho de um caminhão era bem mais tentadora do que ir trabalhar o dia todo, depois de vários minutos de relutância e afagos acabou se rendendo e colocando a gravata.

O dia passava rápido, entre um caso e outro você selecionava os próximos destinos para a viagem em família que estavam planejando, entre um destino e outro a foto da família que estava em sua mesa lhe dava mais animo para prosseguir com o dia atarefado.

Já passavam às 18h e o pessoal do escritório conversa animadamente enquanto combinam de tomar alguma coisa depois do expediente, mesmo querendo ir para casa resolveu fazer pelo menos um social.

O tempo voa e quando você chega em casa já passa das 23h, as luzes apagadas e o silêncio denunciam que pelo visto você perdeu a hora, o neném já devia estar dormindo há um bom tempo, fez então o mínimo de barulho possível para abrir a porta e guardar as chaves do carro, a gravata ainda atada incomodava.

Tirou os sapatos para que não fizessem nenhum barulho, mas antes que pudesse prever ela estava ali, na frente da escada usando sua camisa antiga de banda, com o cabelo longo amarrado em um rabo de cavalo e descalça, esfregava os olhos com sono, um pouco impaciente pela hora, mas com aquele sorriso lindo que só você conhece.


Pode ser bobo, pode ser água com açúcar, mas é que ser feliz me pareceu tão simples agora.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Vontades sóbrias




Vontade de colocar um vestido preto com uma sandália linda que vi na loja estes dias, chegar a um lugar com uma alta concentração de pessoas, onde haja músicas em volumes completamente insanos, luzes incessantes que consigam nublar a minha visão.

Dançar até não sentir meus pés, sentir o corpo se livrando de toda e qualquer preocupação com doses de tequila; sentir que o limão que queima a boca corta o gosto que se derrete pela garganta.

Quero uma pista de dança relativamente grande e só quero que esteja cheia, onde eu possa me deparar com sorrisos de quem está tirando o peso do ombro de um final de semestre, uma semana cansativa no trabalho, não importa, quero sorrisos.

Essa noite eu quero curtir tudo que tenho direito por ser uma boa garota, por fazer tudo de uma forma quase certa, meu celular vai ficar em casa no cantinho da cama junto com meus problemas, então prometo que nada vai chamar mais a minha atenção do que a gargalhada que você der, já que a noite não vai ter tanta graça se você não estiver por perto!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Escala de cores


Algumas cores vão destoando do seu rosto enquanto visualizo com calma algumas das nossas conversas, ao chegar ao preto e branco a sua voz some completamente e posso ver algumas cenas de diferentes ângulos.

Posso ver detalhes da sua camisa, marcas que têm no bolso da sua calça jeans, vejo a mania de mexer as mãos enquanto espreita o meu olhar, enquanto analisa por trás de um sorriso treinado para não demonstrar nada.

Todo o tempo pensei que havia algo errado com os outros, com as pessoas que estavam a minha volta, em defesa mantinha a minha pose de auto-suficiente, o meu jeito independente e um olhar crítico a qualquer palavra de carinho dirigida a minha pessoa, preferi um mundo em escalas de cinza.

Te encontrar foi algo tão inesperado que é difícil ser assim, é difícil negar um sorriso quando te vejo, difícil não te abraçar, difícil me manter assim, longe.
Você me encontrou quando me tornei confortavelmente entorpecida, me abriu os olhos e me mostrou como é estar realmente bem, como lidar com algumas cores.

Então eu digo que se ficar difícil, se o tempo correr rápido demais,se eu estiver cheia de coisas à fazer e você não tiver nenhum minuto livre, se eu estiver a quilômetros de distância, “se a internet não quiser mais conectar”, eu ainda vou lembrar de como foi bom você me achar e vai ficar tudo bem.

domingo, 27 de novembro de 2011

Paralelamente



O ar abre caminho à força para chegar até os pulmões, uma sensação de sufocamento se instala e eu perco o chão, a vista embaçada frente a um mundo paralelo que me faz questionar o sentido real do que vejo, sinto e vivo, talvez eu apenas discorde.
Questionamentos tortuosos que invadem textos que iniciaram com o tom “água com açúcar”, sinto vontade de dedilhar o violão, mas uma onda de pânico me faz temer o sufocamento que novamente está próximo.
O medo da dor da saudade que eu evito, o dispersar da mente não permitido, a quebra da razão pré-aprovada pela sociedade que me dá ânsia, o medo das coisas não se resolverem como o esperado, tudo isso ativa lembranças borradas que giram como em um carrossel gigantesco ao meu redor, desânimo ao fechar os olhos e encontrar tanto de tanta coisa que eu já não quero.
Parece que o espelho que estava invertido espatifou se no chão e libertou tantas coisas que eu já não sei mais se esta parte de mim é a certa ou se é apenas uma de muitas que brigam para coexistirem.

sábado, 19 de novembro de 2011

Novo ciclo



Eu tenho tanto para agradecer, tenho uma família linda, um pai amoroso e preocupado, uma mãe maravilhosa, três irmãs que carregam meu sangue e eu daria a almas por elas. Uma família que me deu todo o suporte necessário para ser a mulher de hoje, educação para crescer na vida e respeito para sempre lembrar do próximo.
Tenho outra família, esta não é de sangue, mas valem tanto quanto, amigos que apóiam, toleram, suportam, dividem, somam e multiplicam todas as tristezas dores e alegrias, pessoas que correm junto comigo, que fazem que o meu dia seja o melhor possível.
Uma faculdade que exige toda a minha garra e toda paciência do mundo, mas que possibilita uma formação boa e um aprendizado que vai além das matérias comum de um curso, um aprendizado de vida.
Tenho uma casa pra chamar de lar, ou melhor, várias, porque aqui em Minas eu acabei pegando algumas mães emprestadas e até irmãs, sou tratada como se fosse da família, sou chamada pro almoço, para o shopping, para dar pitaco em compras, escolher vestidos de festa, a cor da parede da sala e até mesmo para assistir filmes no meio da semana.
Agradeço por ter gente que gosta de mim sem eu ter que pedir, gente que se importa comigo sempre, que me liga, me manda mensagem e me agüenta fielmente, gente que me faz feliz.

Só tenho a agradecer, por tudo que tenho, por todos que tenho e por tudo que conquistei neste ciclo que chegou ao fim. A partir de agora um novo começa e com ele a oportunidade de ser feliz já bate à porta.

domingo, 13 de novembro de 2011

Espelho invertido



Os dias andam escorrendo pelos meus dedos, passam tão rápido que minha visão fica um tanto quanto fora de foco, vejo algumas imagens tão borradas que não consigo definir o que são. Novembro já está na metade e eu ainda não decidi como será o meu fim de ano, sempre fico ansiosa por esta época, fico aguardando as luzinhas nas árvores e os enfeites pendurados por toda a cidade, é também a época que mais sinto falta da minha família, falta de colocar minha irmã de cavalinho e mostrar que ela pode colocar a estrela na ponta da árvore de natal.
Só que desta vez eu sinto tudo isso de uma forma diferente, vejo que prioridades e desejos estão em choque é como se eu quisesse sentir algo muito mais intenso e ao mesmo tempo decidisse que isso está fora de questão.
Nessas horas acabo ficando irritada comigo mesma, é sempre assim, eu sempre mostro o inverso do que eu preciso, como quando a minha visão tem que ficar mais clara possível ela turva, quando eu preciso de um abraço eu geralmente me fecho, com isso cansei de ficar mantendo o mundo atrás de uma barreira de sombras, manter uma fachada que afaste quem eu quero perto.

Então, se eu te mandar embora, se eu virar o rosto, se na última hora eu quiser jogar tudo pro ar, me abraça e não me solta, briga comigo, mas não me deixa ir embora.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Foco e fé


Eu rezo por aqueles que já não tem voz, rezo por aqueles que já perderam a fé; rezo para que fique tudo bem, para que dê tudo certo antes do final, peço todos os dias que os menos favorecidos sejam vistos.
Bato o joelho no chão como minha mãe costuma dizer e rezo por todos que amo, todos aqueles que passaram e ainda estão por chegar em meu caminho. Peço calma e paciência para todos os dias, força o suficiente para suportar a saudade, amor o suficiente para pensar no próximo.
Repito diversas vezes “foco e fé Paula” respira fundo que vai ficar bem, penso em quem eu tenho por perto, renovo a força e sigo em frente, mas acima de tudo peço que me seja concedido mais um dia, sempre ao anoitecer, peço a graça de um novo amanhecer, um novo entardecer e uma nova chance de fazer tudo novo de novo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Longe do chão


São duas partes distintas, com gostos e pensamentos completamente diferentes residindo em mim. Um duelo constante, um briga de egos gigantes, um volume que impressiona de neurônios trabalhando incessantemente por noites a fio.
Uma parte é racional, pé no chão e sarcástica a outra é impulsiva, cabeça nas nuvens e sensível, sempre criando tumultos ficam ali medindo forças, travando dentes, fazendo queda de braço.
Na maioria das vezes eu dei razão para a parte racional, achava mais prático e firme decidir por algo que fora pensado no mínimo 100 vezes, mas agora eu não sei, a parte impulsiva anda tomando o corpo, agindo sem minha permissão e bloqueando a parte do pensar e repensar cada milímetro do que acontece.
Os resultados são no mínimo interessantes, no fim é sempre uma surpresa, assumo aqui todos os riscos e conseqüências, mas não é por nada não, tem sido maravilhoso tirar um pouquinho o pé do chão.

domingo, 23 de outubro de 2011

Momento coringa


Talvez eu seja apenas uma menina confusa com todas as cartas na mão.
Sempre briguei para jogar este jogo, acreditava que me sairia bem, sempre quis ter todas as cartas na manga, mas agora que as tenho não sinto a menor vontade de jogar.
As minhas expectativas e lágrimas já se foram, cada gota que caiu causou um maremoto, uma tempestade interna. Um mar de erros.
Agora com todos os coringas na minha mão eu sinto vontade de baixar a guarda, de sair da mesa, ir atrás do próximo por do sol. Talvez ali esteja meu paraíso, esteja a parte que me completa, estejam todos aqueles que deixaram este jogo enquanto eu estava distraída.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Deixa de ser boba


Cheguei em casa com a ponta dos dedos dormentes, o frio de hoje me fez congelar em poucos minutos, mas fiquei tão intrigada com meus próprios pensamentos que não percebi que estava batendo os dentes.
Um senhor me perguntou as horas e acabei assustando com sua proximidade, não tinha visto que ele estava sentado ao meu lado, percebi que minha mente entrava em questionamentos contraditórios e complexos, tentei me concentrar no livro que tinha em mãos, foi em vão.
Comecei a evitar com todas as forças o duelo que estava por vir, minha razão rasgando a mente, me repreendendo incessantemente, a curiosidade ansiosa que ignorava todo e qualquer bom senso.
Fechei os olhos e me deixei levar por tantos pensamentos confusos; a sensação gelada persistiu mesmo depois de um banho quente, mesmo depois de duas cobertas bem pesadas, só parou quando disse a mim mesma: Deixa de ser boba menina, vai dar tudo certo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Recuperando algumas peças


Observei a chuva cair durante a tarde, caiu um céu de água e mesmo assim não lavou minha alma. É muita coisa para uma pessoa só, eu me divido tanto que no final acho que não sobra nada, fica apenas alguns fragmentos moídos e sem encaixe, no fim das contas não existe mais a minha pessoa, existem apenas pedaços.
Se eu pudesse fazer um desejo agora, seria paz de espírito. Pediria para que minha cabeça se acalmasse e que todos os meus pensamentos se calassem, queria um minuto de silêncio interno, apenas um tempo quieta, sem ter que preocupar ou dizer nada.
Eu espero que um dia eu consiga catar todas essas partes que eu deixo por aí, espero que este coração fique menos pesado, que alguém veja que é difícil tentar resolver tudo por uma promessa de futuro e ficar para trás.
Por isso eu quero um minuto de paz de espírito, para pegar fôlego e seguir em frente mais uma vez.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Vai ficar tudo bem


Dizem que só damos valor quando perdemos, mas eu acho injusto generalizar, eu mesma sei o exato valor de quem está na minha vida, sei o quanto iria doer perder estes que levo dentro do peito. Cada vez que revivo lembranças boas este valor aumenta, duplica, triplica, não sei colocar e números e estimativas, mas sei que é muito.
De todos que carrego, minha família é o que mais ocupa espaço e hoje ao saber que meu pai estava entrando em cirurgia eu perdi um pouco o ar, o chão, a fala.
Fiquei horas esperando notícias e tudo que eu conseguia pensar eram as coisas que tínhamos feito ao longo dos meus 20 anos e como era gostoso relembrar cada besteirinha.
Lembro de quando ganhei meu primeiro patins, foram tantos tombos, tanto merthiolate no joelho e sempre aquele afago na cabeça e logo em seguida ouvia: “vai lá, tenta de novo”
Quando saiamos para almoçar fora em família e eu podia escolher onde iríamos comer, era uma indecisão de meia hora, mas no final acabávamos no Mc Donalds com direito a sobremesa. Lembro de quando eu arrumei o primeiro namoradinho e a cara de horror do meu pai, ele falava que eu não estava em casa e fingia que não ouvia o telefone tocar.
As viagens para a casa da minha avó, sempre ouvindo músicas super antigas e eu tinha dó de quem atrapalhasse ou fizesse barulho, mas até hoje eu escuto as mesmas músicas quando quero ficar calma, aquela sensação de paz ainda não achei igual.
Quando fomos para a Bahia e caminhávamos na praia, brincando de catar conchinhas para fazer um quadro gigante de fotos, eu nem queria as conchas só queria caminhar sentindo a brisa do mar, conversando com meu pai.
Foi ele que me ensinou a andar de bicicleta, com toda a paciência do mundo empurrava minha bicicleta roxa por toda a pracinha e dizia que eu não precisava preocupar, ele estava ali para não me deixar cair. Quando percebi ele tinha soltado o banquinho e eu pedalava sozinha, só que o melhor do dia foi quando guardamos a bicicleta no carro e ele disse com um sorriso gigante que estava orgulhoso.
E é disso que eu me lembro quando penso no meu pai, esse apoio, esse amor, esse orgulho todo.

Ainda tenho aquela mesma visão de criança, vejo meu pai como o ser mais forte desse planeta, capaz de derrotar todos os monstros do escuro, machucados e dores de cotovelo. Pra quem já derrotou tudo isso, vai ser fácil sair dessa, eu sei que vai.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Indecisão

Tenho desde pequena a síndrome da indecisão, nunca conseguia escolher se queria pintar o céu de azul ou roxo, se queria um gato ou um cachorro, não sabia se queria trocar de colégio ou fazer o próximo ano ali mesmo. Isso acabou impregnado na minha personalidade e ao completar 16 anos eu não sabia se queria namorar ou curtir as festinhas dos amigos, se usaria um vestido ou uma calça jeans, tênis ou salto.
Hoje aos quase 21 permaneço com a mania de querer avaliar todas as opções possíveis, para medir qual o custo-benefício de cada escolha.
Por querer avaliar tudo tão minuciosamente abracei a indecisão, tornando-a um defeito que me incomoda muito. O problema é que eu penso demais, avalio demais, falo demais e acabo caindo naquele velho ditado “cão que ladra não morde”, por exagerar no medo na hora da escolha eu acabo perdendo a vontade de fazer muitas das coisas que queria, sendo assim um pouco de coragem cairia bem, uma leve pitada de impulsividade não faria mal.

De que adianta vislumbrar o paraíso se não consigo decidir que escada usar para chegar lá?

sábado, 24 de setembro de 2011

Coração enferrujado


Eu acho estranho isso de querer alguém. Acho estranho querer o abraço, querer o chamego, querer o corpo, desejar de alma.
Estranho querer trocar uma festa super esperada por uma noite agradável, em uma varanda gelada, saboreando um vinho antigo. Esquisito não?
Essa incontrolável vontade de mandar mensagens bobas, ligações com aquele tom suave de voz, acho que estou embriagada de vontade.
Vontades, desejos, sorrisos. Acumulados na alma, rasgando o peito com o batimento descontrolado de um coração enferrujado.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fugindo dos padrões


Peço desculpas a sociedade, mas não quero mais me encaixar nos seus padrões.
Muito obrigado por bater a porta na minha cara apenas por ter atitudes diferentes da maioria das mulheres hoje em dia, muito obrigado por mostrar que tenho muito mais para admirar do que essa beleza que vemos pré-moldada.
Talvez se eu visse isso antes, percebesse que não é necessária muita coisa para ser feliz teria me poupado muito choro, teria me deixado mais leve, não teria deixado muita coisa por dizer, mas ainda assim digo para deixar pra lá, é que estou um tanto cansada e com tanta vontade de mudar para praia passar os meus dias lá longe com a companhia do vento e da maresia.
Levar meu violão, minha vontade de ser feliz e meio punhado de pessoas dentro do peito. Então é isso, obrigada sociedade por me ensinar que sou completamente errada, mas talvez ser diferente seja tão mais interessante do que me oferece que planejo continuar assim.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Em busca de caos



Só acho que tudo tem uma previsão e que algumas vezes não me agrada, foge do meu controle já que não sou só eu que escolho, então sim tem hora que canso, quero explodir em mil bolinhas de isopor e esquecer tudo pra lá, mas não dá, não consigo.
Eu criei um mecanismo de defesa, um mecanismo que me fez perder grande parte do meu interesse nas pessoas, fiquei tão seletiva que me vejo entediada várias vezes ao dia, sempre em busca de uma mudança.
Essa mudança que eu tanto quero é um tipo caótico, caótico por ser viciante, inconstante e facilmente enlouquecedora. É a confusão pura que a felicidade me causa, é raro alguém que entenda isso, mas é que eu preciso de algo que seja forte o suficiente para que eu não entedie e equilibrado o suficiente para colocar meus pés no chão.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sossego


Cadê aquela calma e paz que habitavam minha alma até segundos atrás?
É madrugada e as luzes ainda estão acesas, na minha mente um clarão habita todos os pontos confusos, eu não sei o que dizer.
Estou novamente achando tudo um tanto quanto estranho, acho que essa sensação de solidão que me invade ás vezes causa um mar de reviravoltas, um estardalhaço mudo.
Um estardalhaço mudo em um mundo complexo, cheio de cores e brisas, de marcas e dores, de ódio e amores, mas é tudo tão puro tão meu. Uma batalha constante, uma guerra de desejos, vontades e saudades.
Vejo que sou uma péssima companhia de tantas confusões, mas me pego desejando o sossego que você carrega na palma das mãos, então vem cá, me cobre de carinhos só por essa noite me faz sentir que o mundo é pequeno perto da paz do teu abraço.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Guerra de egos



Estou naquele momento em que me vejo romântica – mesmo evitando – não consigo resistir á aquelas músicas antigas, filminhos de drama e esses namorados que andam abraçados pelas ruas. Namorei um anel pela vitrine esses dias, com letrinhas entrelaçadas coisa de casal novo e apaixonado, mas achei tão bonitinho que quase comprei para usar sozinha.
O problema é que na mesma hora que tenho estes surtos de “querer amor” eu já rejeito a idéia completamente, já me sinto sufocada e quero correr para o mais longe possível desses coraçõezinhos.
Sinto uma briga de egos gigante acontecendo dentro de mim, um cérebro tentando lidar com desejos racionalizados com horror dessa coisa de se apaixonar e um coração cheio de razões emocionadas, este quase não cabe no peito, bate tão acelerado que quase escapa pela boca.

domingo, 28 de agosto de 2011

Deixando de lado


Meu celular está desligado, sem bateria e eu não quero procurar o carregador.
A música está no último volume tocando algo que eu viciei por indicação do Fred, mas já perdi as contas de quantas vezes repetiu.
A cama está uma bagunça assim como meu estado de espírito, me deu vontade de ligar pra casa pedir colo pra minha irmã, mas acho que seria infantil da minha parte.
Devorei aqueles chocolates que guardo para emergências, preciso de um novo estoque tanto quanto preciso de algo que preencha esse vazio no peito que anda me devorando.
Então eu vou me trancar aqui, jogar vídeo game até ficar vesga, comer algumas besteiras que melhorem meu humor, jogar um pouco de conversa fora e lavar meu rosto.
É importância demais pra merecimento de menos, vou deixar algumas coisas de lado, parar de me preocupar tanto.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um pouco de paz


Sabe aquela sensação de paz que nos invade por completo quando estamos abraçados? É eu queria sentir isso neste exato momento, mesmo com algumas coisas desabando eu sinto que tudo melhora só de ter você por perto.
Me diz aquelas palavras que eu tanto preciso, me põe no colo, me mata de cócegas. Quero estampar o meu rosto com aquele sorriso largo que transmite toda a felicidade que você tem me proporcionado, eu já não ligo pro caos que domina lá fora, aqui nas suas cobertas, na rede, no seu colo é mais seguro.
Me perdi nas coisas simples: o teu sorriso, teu olhar, no modo como gosto de tentar enrolar seus cabelos, no quanto me sinto pequena no teu colo, no teu cheiro.

Principalmente nesse teu cheiro que está em quase todas as minhas blusas.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pós-Operatório


Talvez eu não esteja tão bem assim, talvez eu precise colocar a cabeça no lugar, precise novamente parar e pensar. Não posso sair jogando ao vento tudo que tenho tomando decisões impensadas, sendo negligente com os sentimentos alheios e com os meus também.
A pior parte já se foi, percebi que estava caminhando na direção errada e que andando em círculos, acabaria estagnada. É como se fosse uma cirurgia, alguma coisa dentro da minha mente tinha que mudar por ser a única forma de salvar tudo que sinto e já vejo que está um pouco mais calma e segura.
É como sentir a dormência passando depois do efeito de uma anestesia geral, aquele despertar confuso com a visão embaçada, a fala entrecortada e um leve enjôo.
Demora um pouco pra voltar à realidade, o médico fica ali te chamando e te perguntando coisas por mais que você nem escute a voz dele, ele está ali para te trazer de volta e checar se correu tudo bem.

Sinto que já passei pela cirurgia, fui salva, achei o médico, mas estou com medo do pós-operatório e se não sarar?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Destino, caminho e felicidade


E tem horas que eu penso: Não vai dar, desiste!
“Algumas coisas simplesmente não foram feitas para dar certo” é a frase de um filme que eu vi por aí, quando me lembro disso parece que dobro minha insistência, por que o que não daria certo seria logo comigo?
Nunca aceitei que ninguém decidisse o rumo que minha vida iria tomar, não acredito em destino, a vida é sua e as escolhas também.Caso contrário seria fácil dizer que errou porque já estava predestinado, porque o destino já tinha escrito em suas linhas o fracasso e viver não teria mais graça nenhuma.
Cada manhã me seduz por saber que tenho o direito de escolher o que eu quero ou não fazer, tenho a chance de mudar e colocar o mundo de ponta cabeça só por prazer ou medo, posso melhorar o que fiz ontem e planejar o amanhã com todo o carinho de quem tem paixão pela vida.
Acho que é por isso que sou tão impaciente, não gosto de pensar que tenho de esperar algumas coisas acontecerem: terminar a faculdade; que eu ganhe 5 kg; casamento; filhos; até que os filhos saiam de casa; sexta ou segunda; as próximas estações; a aposentadoria.
O caminho é longo e é ali que a felicidade está, em cada curva da estrada, assim cada momento é único. É ainda mais proveitoso se está cercado de pessoas especiais, especiais o suficiente para que o tempo passe sem ser notado.
Tenho do meu lado pessoas que são muito mais que especiais e elas tornam o meu caminho tão mais fácil.

E por todo esse amor, toda essa vida eu agradeço todos os dias.

domingo, 24 de julho de 2011

Reforma


Posso dizer que é minha culpa, acumulei demais. Foram lembranças, dúvidas, saudades, ciúmes, memórias. Era tanta coisa que eu mesma não tinha espaço, toda hora que queria guardar algo novo via um mundo de caixas velhas e desistia.

Não dei espaço para nada e em todos os setores eu fiquei atrasada, novas amizades ficaram difíceis, amores não tiveram chances, o rancor também ficou guardado misturado com a poeira que se acumulava no meio de tudo, me tornei uma pessoa complexa.

Foi aí que decidi reformar, retirar essas caixas velhas que ocupam tanto espaço, retirar a poeira acumulada, criar um espaço amplo e aconchegante para o que está chegando, para tudo que for novo, que me fizer bem.

Seja bem vinda felicidade, te esperei por muito tempo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O que antecede a calma


Eu acho que está tudo bem, posso me acostumar com algumas borboletas no estômago, algumas falhas nos joelhos, o disparo do coração. Talvez eu possa deixar você me encontrar de mansinho, me embalar devagarzinho, baixar a guarda e deixar de lado essa pose de auto-suficiente.
Tenho me esforçado para esquecer aquele coração desconfiado, tenho me concentrado em pensar positivo, mesmo com aquele frio na barriga e sensação de estar despreparada, boba, perdida.
Não quero repetir o erro de bater o martelo e sentenciar qualquer sentimento à execução imediata sem qualquer oportunidade para apelações, novos julgamentos ou um advogado com mais tempo de preparo.
Sempre vi o arco-íris cortar o céu depois da chuva, mas quando vier toda essa tempestade, ventania, explosão e avalanches que antecede a calmaria você continuaria por aqui?