domingo, 27 de novembro de 2011

Paralelamente



O ar abre caminho à força para chegar até os pulmões, uma sensação de sufocamento se instala e eu perco o chão, a vista embaçada frente a um mundo paralelo que me faz questionar o sentido real do que vejo, sinto e vivo, talvez eu apenas discorde.
Questionamentos tortuosos que invadem textos que iniciaram com o tom “água com açúcar”, sinto vontade de dedilhar o violão, mas uma onda de pânico me faz temer o sufocamento que novamente está próximo.
O medo da dor da saudade que eu evito, o dispersar da mente não permitido, a quebra da razão pré-aprovada pela sociedade que me dá ânsia, o medo das coisas não se resolverem como o esperado, tudo isso ativa lembranças borradas que giram como em um carrossel gigantesco ao meu redor, desânimo ao fechar os olhos e encontrar tanto de tanta coisa que eu já não quero.
Parece que o espelho que estava invertido espatifou se no chão e libertou tantas coisas que eu já não sei mais se esta parte de mim é a certa ou se é apenas uma de muitas que brigam para coexistirem.

sábado, 19 de novembro de 2011

Novo ciclo



Eu tenho tanto para agradecer, tenho uma família linda, um pai amoroso e preocupado, uma mãe maravilhosa, três irmãs que carregam meu sangue e eu daria a almas por elas. Uma família que me deu todo o suporte necessário para ser a mulher de hoje, educação para crescer na vida e respeito para sempre lembrar do próximo.
Tenho outra família, esta não é de sangue, mas valem tanto quanto, amigos que apóiam, toleram, suportam, dividem, somam e multiplicam todas as tristezas dores e alegrias, pessoas que correm junto comigo, que fazem que o meu dia seja o melhor possível.
Uma faculdade que exige toda a minha garra e toda paciência do mundo, mas que possibilita uma formação boa e um aprendizado que vai além das matérias comum de um curso, um aprendizado de vida.
Tenho uma casa pra chamar de lar, ou melhor, várias, porque aqui em Minas eu acabei pegando algumas mães emprestadas e até irmãs, sou tratada como se fosse da família, sou chamada pro almoço, para o shopping, para dar pitaco em compras, escolher vestidos de festa, a cor da parede da sala e até mesmo para assistir filmes no meio da semana.
Agradeço por ter gente que gosta de mim sem eu ter que pedir, gente que se importa comigo sempre, que me liga, me manda mensagem e me agüenta fielmente, gente que me faz feliz.

Só tenho a agradecer, por tudo que tenho, por todos que tenho e por tudo que conquistei neste ciclo que chegou ao fim. A partir de agora um novo começa e com ele a oportunidade de ser feliz já bate à porta.

domingo, 13 de novembro de 2011

Espelho invertido



Os dias andam escorrendo pelos meus dedos, passam tão rápido que minha visão fica um tanto quanto fora de foco, vejo algumas imagens tão borradas que não consigo definir o que são. Novembro já está na metade e eu ainda não decidi como será o meu fim de ano, sempre fico ansiosa por esta época, fico aguardando as luzinhas nas árvores e os enfeites pendurados por toda a cidade, é também a época que mais sinto falta da minha família, falta de colocar minha irmã de cavalinho e mostrar que ela pode colocar a estrela na ponta da árvore de natal.
Só que desta vez eu sinto tudo isso de uma forma diferente, vejo que prioridades e desejos estão em choque é como se eu quisesse sentir algo muito mais intenso e ao mesmo tempo decidisse que isso está fora de questão.
Nessas horas acabo ficando irritada comigo mesma, é sempre assim, eu sempre mostro o inverso do que eu preciso, como quando a minha visão tem que ficar mais clara possível ela turva, quando eu preciso de um abraço eu geralmente me fecho, com isso cansei de ficar mantendo o mundo atrás de uma barreira de sombras, manter uma fachada que afaste quem eu quero perto.

Então, se eu te mandar embora, se eu virar o rosto, se na última hora eu quiser jogar tudo pro ar, me abraça e não me solta, briga comigo, mas não me deixa ir embora.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Foco e fé


Eu rezo por aqueles que já não tem voz, rezo por aqueles que já perderam a fé; rezo para que fique tudo bem, para que dê tudo certo antes do final, peço todos os dias que os menos favorecidos sejam vistos.
Bato o joelho no chão como minha mãe costuma dizer e rezo por todos que amo, todos aqueles que passaram e ainda estão por chegar em meu caminho. Peço calma e paciência para todos os dias, força o suficiente para suportar a saudade, amor o suficiente para pensar no próximo.
Repito diversas vezes “foco e fé Paula” respira fundo que vai ficar bem, penso em quem eu tenho por perto, renovo a força e sigo em frente, mas acima de tudo peço que me seja concedido mais um dia, sempre ao anoitecer, peço a graça de um novo amanhecer, um novo entardecer e uma nova chance de fazer tudo novo de novo.