Eu me deparei com uma realidade preocupante há alguns meses
atrás, percebi na marra que eu estava completamente entorpecida. Entorpecida de
uma forma que eu não sentia mais nada, de tanto evitar sofrimento eu passei a
evitar sentir, sentir qualquer coisa, seja felicidade ou dor. Tudo que tentou
passar pela minha vida se desfez como se ao meu toque virasse pó e honestamente
eu pouco ligava para isso, o vazio chegou a ser tão grande, chegou a ser puro e
completo. Pessoas, lugares, sentimentos, minha própria alma parecia tão sem
graça e eu continuava sustentando um sorriso largo por pura falta de
vontade de enfrentar meus demônios. Até que ali, no começo do ano eu senti.
Senti algo que eu mesma fiquei estarrecida. Eu perdi. Percebi que eu me perdi
por ser completamente leviana não só comigo mesma, mas com quem sempre me
confortou e me abraçou quando o mundo parecia um lugar não muito habitável. Doeu. E muito. Ficava ali sem saber o que fazer, desligaram
meu piloto automático sem minha permissão e eu tinha de assumir tudo que eu
sentia e vivia sem nem ao menos ter tido uma aula inicial de como frear a minha
própria vida. Novamente, doeu. Doeu, mas
fez bem. Eu percebi que eu sentia, respirava e que eu estava ali sem mais tantos bloqueios, só existia eu mesma. Consegui parar e refletir o rumo que eu
dava na minha vida, “porque, quando estou fraco, então, sou
forte”.
Ali naquele momento eu parei de sobreviver e comecei a jornada de viver. Viver em busca da felicidade. Em busca de uma satisfação só que um por do sol na pedra mais alta de uma cidade pequena proporciona, do frio extremo e do aconchego de um abraço familiar, da risada daquele que eu amo e da simples troca de amar e ser amada.
Ali naquele momento eu parei de sobreviver e comecei a jornada de viver. Viver em busca da felicidade. Em busca de uma satisfação só que um por do sol na pedra mais alta de uma cidade pequena proporciona, do frio extremo e do aconchego de um abraço familiar, da risada daquele que eu amo e da simples troca de amar e ser amada.