terça-feira, 8 de setembro de 2015






Aquele abraço. Tremendo. Na ponta dos pés.
Os olhos ardendo, a boca em linha reta.
A troca de cheiro. O tentar ir embora. A falha em seu próprio pensamento.
-Você está bem?
O movimento do ombro em sinal de não saber como dizer o quanto estava doendo.
- Se cuida.
O abandono. A ida para o carro.

O problema é que olhamos para trás ao mesmo tempo.

Estilhaçando um ao outro.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015


A experiência que mais me fez amadurecer foi ver o mundo pelos seus olhos, olhos de quem já conhecia o perigo e a doçura da humanidade e sabia o que fazer para lidar com ela.

Eu me acostumei com a sensação da sua jaqueta nos meus ombros, porque quando ela estava ali o meu peito não doía mais, eu estava segura no meio do abraço mais protetor que já existiu.

A cada curva que você fazia, meu cabelo embaraçava, meu coração disparava e te abraçava mais forte.

Eu queria ter te abraçado quando você caiu, queria ter sido eu no seu lugar.
Porque talvez você fosse forte o suficiente, talvez você convertesse em mais sentimento o que eu converti em dor.

“I will love you till the end of time
I would wait a million of years
Promise you'll remember that you're mine
Baby can you see through the tears?”

quinta-feira, 16 de abril de 2015




Tentar se manter inteiro, às vezes é deixar quebrar.
Porque por mais que se queira, uma hora a barreira rompe e a água invade a sala,  inunda a casa e não há nada que se possa fazer.
Talvez seja questão de ser mais forte, esforçar e colocar mais alguns sacos de areia para impedir que se rompa, quem sabe um píer?
Porque às vezes não é um rio, é um mar inteiro, é uma vida por completo que seguramos sem nos dar conta. Ou talvez seja questão de se deixar quebrar, romper a barreira por si só, enfrentar toda a água e se por acaso machucar que a cicatriz sirva apenas de experiência.