quinta-feira, 10 de maio de 2012

Despindo os disfarces




Você me pergunta o que eu estou pensando e eu dou um sorriso, é difícil disfarçar um turbilhão de pensamentos assim de surpresa, pacientemente você me olha nos olhos e eu tenho a sensação que as horas passam e levam os dias sem que eu consiga notar, minha boca denuncia a fuga repentina e você sorri de lado, talvez eu diga o quanto eu espero que você venha me colocar para dormir esta noite, mas provavelmente não.
Analiso toda a sua feição, mas permaneço parcialmente cega perante os borrões que a sua visão nublada me deixa ver, um escudo invisível, uma proteção que você usa 48 horas, uma insistência infantil da minha parte de entender o que se passa na sua mente.

Por vezes caímos na risada e eu me pergunto repetidamente, o que fazer com você? Ou melhor, o que fazer com toda essa vontade/necessidade quase incontrolável de te ter mais e mais, desvio o pensamento rapidamente de modo que ele só possa voltar quando você estiver dormindo ou concentrado em qualquer outra coisa que não eu.

O problema é que se por acaso a coragem bater na porta e no meio do filme eu disser que te quero comigo por um bom tempo tenho medo de te olhar e ver novamente estes olhos que nunca sei a cor, passarem por mim e assim como me despem de qualquer mentira acabarem me despindo de todo esse disfarce de mulher autossuficiente metida a independente e você ver essa menina um tanto quanto boba que tanto te quer bem.