segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Campo minado





O vento mudou de direção e ainda com todo esse calor consigo sentir uma brisa leve, enquanto escrevo ela desliza pela minha pele. É um conforto momentâneo, o suco intocado, o cão que descansa ao lado dos meus pés, a falta de estrelas no céu.
Talvez eu não queira ver estrelas hoje, me sinto nublada por dentro, olhos embaçados, coração apertado. E se não for completamente verdade? Às vezes acho que estou brincando em um quintal minado, meio passo em falso e tudo vai pros ares em milésimos de segundo. E se for você? Se você pisar em falso e eu me machucar? Se você detonar tudo?
Do seu lado eu sinto que posso dominar o mundo e a cada vez que te vejo ainda sinto um frio na barriga e às vezes me pego com medo do quanto é importante. Talvez você acione uma mina e detone tudo, talvez você esteja cambaleando entre elas e isso me assusta.
E novamente sinto o vento mudar de direção, o copo vazio, o cachorro no colo e com a mente fervendo eu vou para cama. Deitar com aquele urso que você me deu e aproveitar que seu cheiro ficou na minha cama.