domingo, 13 de novembro de 2011

Espelho invertido



Os dias andam escorrendo pelos meus dedos, passam tão rápido que minha visão fica um tanto quanto fora de foco, vejo algumas imagens tão borradas que não consigo definir o que são. Novembro já está na metade e eu ainda não decidi como será o meu fim de ano, sempre fico ansiosa por esta época, fico aguardando as luzinhas nas árvores e os enfeites pendurados por toda a cidade, é também a época que mais sinto falta da minha família, falta de colocar minha irmã de cavalinho e mostrar que ela pode colocar a estrela na ponta da árvore de natal.
Só que desta vez eu sinto tudo isso de uma forma diferente, vejo que prioridades e desejos estão em choque é como se eu quisesse sentir algo muito mais intenso e ao mesmo tempo decidisse que isso está fora de questão.
Nessas horas acabo ficando irritada comigo mesma, é sempre assim, eu sempre mostro o inverso do que eu preciso, como quando a minha visão tem que ficar mais clara possível ela turva, quando eu preciso de um abraço eu geralmente me fecho, com isso cansei de ficar mantendo o mundo atrás de uma barreira de sombras, manter uma fachada que afaste quem eu quero perto.

Então, se eu te mandar embora, se eu virar o rosto, se na última hora eu quiser jogar tudo pro ar, me abraça e não me solta, briga comigo, mas não me deixa ir embora.