domingo, 18 de dezembro de 2011

Aquela porta







Um distúrbio do sono que não me deixa dormir, o grito que arranha a garganta é mudo.

É sempre assim, eu faço besteira, dobro ao meio, parto em mil, tem horas no dia que me sinto sobrecarregada, cheia de palavras que não saem. 

Uma enorme vontade de socar a parede, estilhaçar tudo, jogar o celular sem sinal na parede.

Me sinto trancada em um mundo cheio do meu autocontrole, sorrir cansa, pensar dói, porque tudo acaba me remetendo aos problemas que giram descontroladamente em minha mente, tudo parece tão exagerado, meus sentimentos em si são grandes demais.

Não cabe no peito e transborda, foge nos olhos, escapa pelos poros, exala a alma, assim ela fica exposta ali, mesmo que ninguém veja, mesmo que passe despercebido está ali.

Como se tivesse a espera de algo que atrapalhe essa lógica maluca de “não sentir sentindo”, como se faltasse um empurrãozinho para aquela porta iluminada.
É por isso que o sono não chega, por isso que a voz some, está tudo do outro lado da porta, mas tenho medo de atravessar, me dá a mão?