Um distúrbio do sono que
não me deixa dormir, o grito que arranha a garganta é mudo.
É sempre assim, eu faço besteira, dobro ao meio, parto em mil, tem horas no dia
que me sinto sobrecarregada, cheia de palavras que não saem.
Uma enorme vontade de socar a parede, estilhaçar tudo, jogar o celular sem
sinal na parede.
Me sinto trancada em um mundo cheio do meu autocontrole, sorrir cansa, pensar
dói, porque tudo acaba me remetendo aos problemas que giram descontroladamente
em minha mente, tudo parece tão exagerado, meus sentimentos em si são grandes
demais.
Não cabe no peito e
transborda, foge nos olhos, escapa pelos poros, exala a alma, assim ela fica
exposta ali, mesmo que ninguém veja, mesmo que passe despercebido está ali.
Como se tivesse a espera de algo que atrapalhe essa lógica maluca de “não
sentir sentindo”, como se faltasse um empurrãozinho para aquela porta
iluminada.
É por isso que o sono não chega, por isso que a voz some, está tudo do outro lado da porta, mas tenho medo de atravessar, me dá a mão?
É por isso que o sono não chega, por isso que a voz some, está tudo do outro lado da porta, mas tenho medo de atravessar, me dá a mão?